sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Jailbreak ou não? Eis a questão!

Tudo começou quando a Apple lançou o primeiro iPhone. A falta de apps de terceiros era uma das grandes críticas feitas ao recém lançado smartphone. Foi aí que entrou a comunidade hacker, que conseguiu acesso às partes mais íntimas do SO e, com isso, conseguiu instalar apps desenvolvidos fora da Apple.

O jailbreak fez os desenvolvedores pularem de alegria. Para eles, a única opção dada pela Apple foram os WebApps, uma solução limitadíssima para a falta de apps de terceiros. E, enquanto a Apple tentava empurrar os WebApps com a barriga, vários desenvolvedores foram passando para o "lado negro da força". A distribuição dos apps nos aparelhos com jailbreak era feita de uma forma nunca antes vista, através de repositórios ("lojas" que agregavam vários aplicativos). A Apple teria que encontrar uma forma de combater aquela "chaga" que ameaçava a experiência de usuário e a estabilidade do sistema.

Foi aí que, junto com o iPhone OS 2, nasceu a AppStore. Utilizando um sistema similar ao que o jailbreak já usava, porém com um único "repositório" controlado pela Apple. Os desenvolvedores ainda ganhariam 70% do lucro gerado com os seus apps. Mas nem todo mundo estava satisfeito.

A comunidade hacker passou a fazer duras críticas em relação às restrições que a Apple impunha aos desenvolvedores que quisessem publicar apps na sua loja. Mais uma vez, o jailbreak foi apresentado como solução, desta vez com aplicativos que prometiam fazer o que a Apple não deixava os usuários fazerem. Multitarefa, temas customizados, tethering, download de vídeos do youtube e até emuladores de videogames antigos estavam na lista de qualquer pessoa que fosse argumentar a favor do jailbreak.

A partir daí, a Apple começou uma briga de cão e gato para acabar com o jailbreak. Cada update de firmware do iPhone OS trazia consigo uma nova barreira contra o jailbreak, que era sempre quebrada pelos hackers em algum tempo (podia durar horas ou meses). Com isso, cada vez mais usuários passaram a desistir do jailbreak para poder atualizar o sistema sem transtornos e na mesma hora que a Apple os disponibilizasse.

E a Apple continua "caçando" o jailbreak até hoje, mas, ao mesmo tempo que ela procura bloquear o jailbreak, ela tenta diminuir os motivos pelos quais os usuários pudessem fazê-lo. A multitarefa foi adicionada a todos os dispositivos, os iPhones já podem fazer tethering de dados e nós podemos mudar a imagem de fundo dos nossos dispositivos (já é um avanço, antigamente só podíamos usar o plano de fundo preto). A popularidade do jailbreak está caindo rapidamente, enquanto os usuários passam a usufruir de um sistema limpo e sem modificações.

Hoje em dia, não vejo motivo para que eu faça o jailbreak. E, a não ser que você dependa de algum tweak que libera alguma função do dispositivo (até alguns meses atrás, eu usava um cabo de TV genérico, que só funcionava com o jailbreak, por exemplo), também não vejo motivo para que você faça o jailbreak.

Obs: Infelizmente, grande parte dos usuários que conheço e usam o jailbreak, o fazem para instalar apps pirateados. Se você é um desses, sugiro que pense no programador (ou na equipe) que perdeu horas para escrever o app que você usa. Deixe de ser pão-duro e pare de economizar um ou dois dólares por app.

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